Mariana sempre foi uma pessoa otimista, cheia de sonhos e planos para o futuro. Ela havia crescido em uma família amorosa e sempre se esforçava ao máximo para ser a melhor versão de si mesma. Quando entrou em seu relacionamento, parecia que tudo se encaixava.
A outra pessoa era gentil, atenciosa e parecia admirar suas qualidades. Mas com o tempo, as coisas começaram a mudar.
Aos poucos, a pessoa com quem ela estava se tornou possessiva. No início, eram pequenas observações sobre como ela se vestia ou com quem passava tempo. Mas logo isso se transformou em críticas constantes, tentativas de isolar Mariana de seus amigos e até mesmo controlar suas escolhas profissionais. Mariana começou a sentir que não tinha mais controle sobre sua vida. A ansiedade tomou conta dela, mas ela não conseguia entender o que estava acontecendo. Ela estava perdida em um relacionamento que a sufocava, mas não sabia como sair.
A ansiedade de Mariana a estava consumindo. Ela não conseguia mais dormir direito, suas refeições eram interrompidas pela constante sensação de medo e nervosismo. Seu trabalho começou a sofrer, ela esquecia compromissos, não conseguia organizar sua rotina e se sentia sempre exausta, sem energia para nada. Sentia como se vivesse no "modo automático", indo de um dia para o outro, sem realmente viver.
Foi então que uma amiga, percebendo o quanto Mariana estava sofrendo, decidiu agir. Ela sabia que Mariana estava lutando sozinha contra sua dor, e, apesar de tudo o que tentara dizer, a amiga parecia incapaz de enxergar a gravidade da situação. Um dia, ela apareceu com um presente para Mariana: um livro, Ela não sabia se o livro seria a chave para abrir os olhos de sua amiga, mas acreditava que poderia ajudá-la a entender o que estava vivendo.
Mariana ficou surpresa com o presente, mas ao ler o título, algo lhe tocou profundamente. O subtítulo dizia: "Para você que não está dormindo bem, não está comendo direito, não consegue colocar em prática nada que planeja, anda desorganizada(o), vivendo no modo automático e destruída psicologicamente. Admitir tudo isso é horrível, mas esse é o primeiro passo para vencer toda essa dor." As palavras pareciam ter sido escritas para ela, e, pela primeira vez em muito tempo, Mariana sentiu que alguém realmente compreendia o que ela estava passando.
No início, foi difícil para Mariana aceitar a realidade do que o livro dizia. Cada página parecia revelar mais sobre a dor e a confusão que ela estava sentindo, mas também falava sobre uma forma de sair dessa situação. Ao ler, Mariana começou a entender como o abuso emocional que vivia estava afetando profundamente, criando um ciclo vicioso de culpa e ansiedade. O livro a fez perceber que ela não estava sozinha e que, mesmo sem saber, ela tinha o poder de mudar sua realidade.
Ela começou a aplicar os ensinamentos do livro, ainda que de maneira gradual. Primeiramente, começou a conversar mais com suas amigas, aquelas que a pessoa com quem ela se relacionava havia tentado afastar. Com o apoio delas, ela foi resgatando lentamente a confiança em si mesma. Aprendeu a estabelecer limites, a reconhecer o que era abusivo em seu relacionamento e a valorizar sua própria opinião e sentimentos.
A decisão mais difícil de todas foi perceber que ela precisava se afastar dessa pessoa. O medo de enfrentá-lo e de enfrentar a solidão a paralisava, mas o livro ajudou Mariana a entender que o maior medo era continuar em um relacionamento que a destruiu emocionalmente. Ela começou a se fortalecer, um passo de cada vez, até que se sentiu capaz de tomar a decisão de terminar o relacionamento.
Com o apoio incondicional de suas amigas, Mariana terminou o relacionamento. A ansiedade não desapareceu de imediato, mas ela agora sabia como lidar com ela. Mariana retomou a terapia, se dedicou a exercícios de autocuidado e, com o tempo, recuperou sua paz interior.
O livro Em um Relacionamento Abusivo com a Ansiedade se tornou mais do que uma simples leitura para Mariana; foi um guia para sua recuperação. Embora soubesse que sua jornada seria longa e cheia de desafios, ela estava agora equipada com as ferramentas necessárias para reconstruir sua vida.
Mariana deixou de viver no modo automático. Ela retomou o controle de sua vida, com coragem, autoconhecimento e, acima de tudo, com o amor próprio que nunca deveria ter perdido